segunda-feira, 16 de abril de 2018

Como Fazer um Texto Dissertativo Argumentativo



O texto dissertativo argumentativo tem como principais características a apresentação de um raciocínio, a defesa de um ponto de vista ou o questionamento de uma determinada realidade. O autor se vale de argumentos, de fatos, de dados, que servirão para ajudar a justificar as ideias que ele irá desenvolver. As três características básicas de um texto dissertativo são:
§  Apresentação do ponto de vista
§  Discussão dos argumentos
§  Análise crítica do texto
A diferença desse modelo para um texto narrativo, por exemplo, é que o texto narrativo descreve uma história, contendo alguns elementos importantes como personagens, local, tempo (intervalo no qual ocorreram os fatos), enredo (fatos que motivaram a escrita). O texto dissertativo, por outro lado, tem como objetivo defender um ponto de vista usando argumentos.
Uma redação dissertativa argumentativa pode ser escrita na terceira pessoa do plural (objetiva) ou na primeira pessoa do singular (subjetiva), veremos a seguir exemplos de cada uma delas:
Dissertação Objetiva
Na dissertação objetiva, o autor não se identifica com o leitor, já que os argumentos são expostos de forma impessoal. Isso, aliás, confere ao texto um ar de imparcialidade, embora se saiba que é a visão do autor que está sendo discutida. Esse procedimento faz o leitor aceitar mais facilmente as ideias expostas no texto.
Dissertação Subjetiva
No texto dissertativo subjetivo, o autor se mostra por meio do uso da primeira pessoa do singular (eu), evidenciando que os argumentos são resultados da opinião pessoal de quem escreve (não que no texto objetivo também não o sejam, afinal, a influência das ideias do autor estão presentes também neste último caso).
Vamos mostrar dois exemplos, o primeiro é um trecho de um texto objetivo e o segundo é um trecho de um texto subjetivo. Repare na diferença que existe entre os dois:
1) “Há tipos diferentes de ruínas. Mas elas são sempre resultado de uma demolição ou desconstrução de edificações. Existe um primeiro tipo que simboliza um tempo passado que evoluiu e foi deixando ruínas devido às mudanças dos gostos e da riqueza dos donos.”
2) “Não sou do tipo que se impressiona com boatos, mas não posso ficar indiferente aos últimos acontecimentos no cenário público do Brasil. Toda essa movimentação em torno dos casos de corrupção que assolam a nação me fez pensar sobre a importância da ética nas relações sociais em todos os níveis. Não quero me convencer de que um valor moral tão importante esteja sendo banido da sociedade, substituído pelo direito de garantia de privilégios pessoais a qualquer custo.”
Podemos notar claramente a diferença no uso da terceira e da primeira pessoa.
Na prática, escrever na primeira pessoa (eu/nós) dá origem a frases do tipo:
– “Precisamos estar conscientes da importância do cuidado ao meio ambiente
– “Sabemos que o Brasil precisa de mudanças”
– “Tive bons professores, mas nem todo estudante tem esse privilégio”.
As mesmas frases acima escritas na terceira pessoa do plural ficariam:
– “É preciso estar consciente da importância do cuidado ao meio ambiente
– “Sabe-se que o Brasil precisa de mudanças
– “Alguns estudantes têm bons professores, mas nem todos têm esse privilégio”.
Repare que quando você escreve na terceira pessoa do plural, nunca utiliza os verbos conjugados pessoalmente (utilizando o “eu” ou o “nós”). As frases sempre ficam impessoais.
Essas duas maneiras de escrita são aceitas, mas é muito importante que você escolha e mantenha o mesmo estilo do início ao fim! Se você escolheu a escrita objetiva, não utilize a subjetiva e vice-versa. É muito comum misturar as duas coisas, a grande maioria dos candidatos mistura esses dois estilos ao longo do texto e são penalizados na nota por isso. Fique atento a esse detalhe. Sempre que você for escrever alguma frase, lembre-se de qual estilo você escolheu e seja fiel a ele até o fim!
O mais recomendado é que você escolha a terceira pessoa do plural, pois essa forma de escrever é mais informal e mais fácil de ser seguida com fidelidade. O texto objetivo também tem a vantagem de dar um aspecto de “autoridade” aos argumentos. Quando se opta pelo texto subjetivo, tem-se uma impressão de que tudo está somente de acordo com a opinião do autor, enquanto que no objetivo tem-se a impressão de que a opinião é de todos. Isso é o que fortalece o caráter objetivo.
Recomendamos também que você pratique suas redações utilizando sempre o mesmo estilo para se acostumar. Isso vai ajudar você a não misturar as coisas depois. Então comece a praticar desde já o texto objetivo para chegar no dia da prova afiado e não colocar traços subjetivos misturados.
A Argumentação do Texto Dissertativo
Um texto argumentativo, como já comentamos, é aquele em que defendemos uma ideia, opinião ou ponto de vista, procurando fazer com que o leitor acredite nele. Para conseguir esse objetivo, utilizamos os argumentos.
A palavra ARGUMENTO tem uma origem curiosa: vem do latim ARGUMENTUM; significa: fazer brilhar, iluminar.
É fácil encontrar os argumentos de um texto, pois basta que se identifique a tese (ideia principal), para então fazer a pergunta “por quê”? Por exemplo: o autor é contra a pena de morte (tese). Porque… (argumentos).
Um bom texto dissertativo deve apoiar-se principalmente em uma boa argumentação (por isso o nome: dissertativo argumentativo). Para que isso ocorra, é preciso que se organizem as ideias que serão expostas. Mostraremos abaixo os tipos mais comuns de argumentos que podem ser utilizados em uma redação:
Tipos de argumentos
– Argumento de Autoridade: É aquele que se apoia no conhecimento de um especialista da área. É um modo de trazer para o texto o peso e a credibilidade da autoridade citada. Por exemplo: “Conforme afirma Bertrand Russel, não é a posse de bens materiais o que mais seduz os homens, mas o prestígio decorrente dela”.
– Argumento de consenso: Alguns enunciados não exigem a demonstração de um especialista para que se prove o conteúdo argumentado. Nesse caso, não precisamos citar uma fonte de confiança. Por exemplo: “O investimento na Educação é indispensável para o desenvolvimento econômico do país”. Repare que essa afirmação não precisa de embasamento teórico, pois é um consenso global.
– A Comprovação pela Experiência ou Observação: Esse tipo de argumentação é fundamentada na documentação com dados que comprovam ou confirmam sua veracidade. Por exemplo: “O acaso pode dar origem a grandes descobertas científicas. Alexander Flemming, que cultivava bactérias, por acaso percebeu que os fungos surgidos no frasco matavam as bactérias que ali estavam. Da pesquisa com esses fungos, ele chegou à penicilina”. Observe que, nesse caso, o argumento que validou a afirmação “O acaso pode dar origem a grandes descobertas” foi a documentação da experiência de Flemming. 
– A Fundamentação Lógica: A argumentação nesse caso se baseia em operações de raciocínio lógico, tais como as implicações de causa e efeito, consequência e causa, etc. Por exemplo: “Ao se admitir que a vida humana é o bem mais precioso do homem, não se pode aceitar a pena de morte, uma vez que existe sempre a possibilidade de um erro jurídico que, no caso, seria irreparável”. Note que a ideia que o leitor tentou passar era: Não se pode aceitar a pena de morte. Para isso, foi mencionado o caso de falha humana na sentença, o que permitiu que se chegasse a tal conclusão.
Qualquer um desses tipos de argumentos citados é válido na construção de um texto argumentativo.
A título de nomenclatura, muitas provas de vestibulares e concursos utilizam o nome “texto dissertativo”, “texto argumentativo” ou ainda “texto dissertativo argumentativo”, mas todos se referem a esse mesmo padrão de texto que mencionamos nesse artigo.


Dissertação



Além de ser o tipo de texto mais exigido em provas e concursos em todo o Brasil, a dissertação também é um dos textos mais simples de se redigir. Começando pela estrutura dele e finalizando pelo tipo de linguagem empregado, é um texto que pode ser estudado e familiarizado com estudantes de diversos níveis.
Para se produzir um texto dissertativo são necessárias algumas habilidades, que estão ao alcance de todos a serem adquiridas:
  • Conhecimento do assunto a ser abordado, a fim de aplicar precisão e certeza àquilo que está sendo escrito.
  • Habilidade com a língua escrita, de maneira que se possa fazer boas construções sintáticas, uso de palavras adequadas e relações coerentes entre os fatos, argumentos e provas.
  • Boa organização semântica do texto, ou seja, organização coerente das idéias aplicadas à dissertação, para que as mesmas possam facilmente ser apreendidas pelos leitores.
  • Bom embasamento das idéias sugeridas, boa fundamentação dos argumentos e provas.
Para se entender o que é uma redação dissertativa, devemos distinguir os dois tipos de dissertação existentes: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa.
  • Dissertação expositiva – como o próprio nome já sugere, é um tipo de texto em que se expõem as idéias ou pontos de vista. O objetivo é fazer com que o leitor os considere coerentes e não fazê-lo concordar com eles.
  • Dissertação argumentativa – esse é o tipo de dissertação mais comum e conhecida por todos. Nela o intuito é convencer o leitor, persuadi-lo a concordar com a ideia ou ponto de vista exposto. Isso se faz por meio de várias maneiras de argumentação, utilizando-se de dados, estatísticas, provas, opiniões relevantes, etc.
Há algumas maneiras de se organizar uma dissertação, que podem ajudar na hora de iniciar o seu texto:
1 - Você pode transformar o tema em um questionamento, e ao longo do texto tentar responder da melhor maneira possível a essa questão.
Ex:
TEMA: O Desmatamento na Floresta Amazônica
QUESTÃO ABORDADA POR VOCÊ: A Floresta Amazônica, maior floresta tropical do mundo, sofre algum dano com a frequente prática do desmatamento em seu território?
OBS:
  • Sobre o mesmo tema você pode fazer vários questionamentos, porém deve avaliar se você está apto a respondê-los e se não está fugindo ao tema principal.
  • Após fazer essas avaliações escolha apenas um dos questionamentos e fundamente seus argumentos baseando-se nele.
2- Uma outra maneira de desenvolver o seu texto é expondo os contra-argumentos, ou seja, expondo as antíteses possíveis à sua tese.
Ex:
TEMA: Eutanásia
Tese/opinião: A eutanásia realmente deve ser proibida, pois ninguém pode violar o direito à vida.
Antítese/contra-argumento: Com a legalização da eutanásia um hospital poderia estar se utilizando do espaço que um paciente desenganado está ocupando para atender a alguém que tem reais chances de sobrevivência.
OBS:
  • Cuidado para não se contradizer, ou seja, ao apresentar seu contra-argumento você deve estar preparado para convencer o leitor de que ele não tem fundamentos, e deve estar munido de informações convincentes para que possa fazê-lo. Caso contrário você poderá não deixar clara a sua mensagem.
  • Sempre defenda um ponto de vista, pois seu objetivo é esclarecer e não confundir ainda mais as opiniões do leitor a respeito daquele assunto.
  • No caso de temas muito polêmicos, o melhor é se isentar totalmente de opiniões e fundamentar seus argumentos em fatos, estatísticas e opiniões em massa.
3- Uma outra alternativa seria fazer uma relação entre causa e consequência, para que assim se possa ir do início ao fim do problema, olhá-lo como um todo e com isso ir construindo uma opinião.
EX:
TEMA: A Violência nas escolas públicas
Causa: O pouco incentivo aos esportes e às artes nas escolas por parte do governo.
Consequência: Os jovens passam muito tempo nas ruas, em contato com armas e drogas.
OBS:
*A partir da causa e da consequência apresentadas, você deverá desenvolver seus argumentos em busca de uma solução possível e coerente para o problema.
Esquema de uma dissertação
Introdução: No primeiro parágrafo você deverá expor o problema e o caminho a ser seguido no texto para expô-lo ou para defender algum ponto de vista a respeito dele.
Desenvolvimento: Aqui se encontram os argumentos, opiniões, estatísticas, fatos e exemplos. Ao apresentá-los você deve sempre se direcionar para um lado da questão, um ângulo de visão, uma opinião específica. Essa opinião deve ser anteriormente pensada e analisada para que se possa fazer uma boa argumentação ou exposição.
Conclusão: Aqui você deixa claro o objetivo da sua dissertação, expõe o ponto de vista defendido ou a conclusão da sua exposição de forma que se arremate todos os argumentos utilizados durante a construção do texto.


Narração



A narração é um texto dinâmico, que contém vários fatores de dependência que são extremamente importantes para a boa estruturação do texto. Narrar é contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre um começo um meio e um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa.
Sendo assim, começaremos por expor os elementos que formam a estrutura da narrativa:
TEMPO: O intervalo de tempo em que o(s) fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe que existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo.
ESPAÇO: O espaço é imprescindível, e deve ser esclarecido logo no início da narrativa, pois assim o leitor poderá localizar a ação e imaginá-la com maior facilidade.
ENREDO: É o fato em si. Aquilo que ocorreu e que está sendo narrado. Deve ter um começo, um meio e um fim.
PERSONAGENS: São os indivíduos que participaram do acontecimento e que estão sendo citados pelo narrador. Há sempre um núcleo principal da narrativa que gira em torno de um ou dois personagens, chamados de personagens centrais ou principais (protagonistas).
NARRADOR: É quem conta o fato. Pode ser em primeira pessoa, o qual por participar da história é chamado narrador-personagem, ou em terceira pessoa, o qual não participa dos fatos, e é denominado narrador-observador.
E alguns elementos que ajudam na construção do enredo:
INTRODUÇÃO: Na introdução devem conter informações já citadas acima, como o tempo, o espaço, o enredo e as personagens.
TRAMA: Nessa fase você vai relatar o fato propriamente dito, acrescentando somente os detalhes relevantes para a boa compreensão da narrativa. A montagem desses fatos deve levar a um mistério, que se desvendará no clímax.
CLÍMAX: O clímax é o momento chave da narrativa, deve ser um trecho dinâmico e emocionante, onde os fatos se encaixam para chegar ao desenlace.
DESENLACE: O desenlace é a conclusão da narração, onde tudo que ficou pendente durante o desenvolvimento do texto é explicado, e o “quebra-cabeça”, que deve ser a história, é montado.
Para que no seu texto estejam presentes esses elementos, é necessário que na organização do texto você faça alguns questionamentos: O quê aconteceu (enredo), quando aconteceu? (tempo), onde aconteceu? (espaço), com quem aconteceu? (personagens), como aconteceu? (trama, clímax, desenlace).
Após fazer essas perguntas e respondê-las, pode-se iniciar a redação da narrativa, onde são incluídos todos esses itens explicados acima. Para uma redação escolar o melhor é que se distribuam as informações dessa forma:
Introdução: Com quem aconteceu? Quando aconteceu? Onde aconteceu?
Desenvolvimento: O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu?
Conclusão: Qual a conseqüência desse acontecimento?

Predicação Verbal



Chama-se predicação verbal o resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e entre os verbos e os complementos. Quanto à predicação, os verbos podem ser intransitivostransitivos ou de ligação.
1) Verbo Intransitivo
É aquele que traz em si a ideia completa da ação, sem necessitar, portanto, de um outro termo para completar o seu sentido. Sua ação não transita.
Por Exemplo:
O avião caiu.
O verbo cair é intransitivo, pois encerra um significado completo. Se desejar, o falante pode acrescentar outras informações, como:
local: O avião caiu sobre as casas da periferia.
modo: O avião caiu lentamente.
tempo: O avião caiu no mês passado.
Essas informações ampliam o significado do verbo, mas não são necessárias para que se compreenda a informação básica.
2) Verbo Transitivo
É o verbo que vem acompanhado por complemento: quem sente, sente algo; quem revela, revela algo a alguém. O sentido desse verbo transita, isto é, segue adiante, integrando-se aos complementos, para adquirir sentido completo. Veja:
S. Simples
Predicado
As crianças
precisam
de carinho.
1
2
1= Verbo Transitivo
2= Complemento Verbal (Objeto)
O verbo transitivo pode ser:
a) Transitivo Direto: é quando o complemento vem ligado ao verbo diretamente, sem preposição obrigatória.
Por Exemplo:
Nós
escutamos
nossa música favorita.
1
1= Verbo Transitivo Direto
b) Transitivo Indireto: é quando o complemento vem ligado ao verbo indiretamente, com preposição obrigatória.
Por Exemplo:
Eu
gosto
de sorvete.
2
2 =  Verbo Transitivo Indireto
de= preposição
c) Transitivo Direto e Indireto: é quando a ação contida no verbo transita para o complemento direta e indiretamente, ao mesmo tempo.
Por Exemplo:
Ela
contou
tudo ao namorado.
3
3= Verbo Transitivo Direto e Indireto
a= preposição
3) Verbo de Ligação
É aquele que, expressando estado, liga características ao sujeito, estabelecendo entre eles (sujeito e características) certos tipos de relações.
O verbo de ligação pode expressar:
a) estado permanente: ser, viver.
Por Exemplo:
Sandra é alegre.
Sandra vive alegre.
b) estado transitório: estar, andar, achar-se, encontrar-se
Por Exemplo:
Mamãe está bem.
Mamãe encontra-se bem.
c) estado mutatório: ficar, virar, tornar-se, fazer-se
Por Exemplo:
Júlia ficou brava.
Júlia fez-se brava.
d) continuidade de estado: continuar, permanecer
Por Exemplo:
Renato continua mal.
Renato permanece mal.
e) estado aparente: parecer
Por Exemplo:
Marta parece melhor.
Observação:  a classificação do verbo quanto à predicação deve ser feita de acordo com o contexto e não isoladamente. Um mesmo verbo pode aparecer ora como intransitivo, ora como de ligação. Veja:
1 - O jovem anda devagar.
anda = verbo intransitivo, expressa uma ação.
2 - O jovem anda preocupado.
anda=  verbo de ligação, expressa um estado.


Partícula "se"



A partícula SE como apassivadora do sujeito
Veja os exemplos:
Aprovou-se o novo candidato
Venderam-se novos imóveis.
No caso de o SE ser uma partícula apassivadora, a frase estará na VOZ PASSIVA SINTÉTICA, ou seja, neste caso o sujeito simples é passivo: CANDIDATO, porque não é ele quem pratica a ação de APROVAR, ao contrário, ele é o alvo da ação verbal.
Uma ótima forma de comprovar isso é passar a frase para a VOZ PASSIVA ANALÍTICA:
Ex: O novo candidato foi aprovado.
Neste tipo de construção, o "se" é usado como pronome oblíquo reflexivo, e caso seja feita a análise sintática, observar-se-á que ele assume a função de objeto direto do verbo transitivo ao qual se liga.
OBS 1: O verbo concordará com o sujeito, como no caso de venderam-se novos imóveis onde o verbo vai para o plural, concordando com o sujeito imóveis que também está no plural.
OBS 2: O uso de "se" como partícula apassivadora não deve ser confundido com seus usos como objeto direto da VOZ PASSIVA REFLEXIVA.
Ex: Feriu-se com a faca.
Neste caso, o sujeito está oculto/indeterminado, pressupõe-se que “alguém” se feriu com a faca.
A partícula SE como índice de indeterminação do sujeito
Veja o exemplo:
Precisa-se de professor.
No caso de o SE ser um índice de indeterminação do sujeito, ele estará sempre agregado ao verbo na 3ª pessoa do singular, e o sujeito será indeterminado.
Da mesma forma, você pode tirar a “prova dos 9” tentando colocar a frase para a VOZ PASSIVA ANALÍTICA e comprovando que é impossível:
O professor é precisado.
A partícula SE como pronome
Veja os exemplos:
André machucou-se. (pronome pessoal reflexivo)
Os cachorros feriram-se uns aos outros. (pronome pessoal recíproco)
As professoras arrependeram-se. (pronome fossilizado*)
* chama-se fossilizado, pois já ficou agregado ao verbo, que no infinitivo apresenta-se como ARREPENDER-SE.
Neste caso, a frase está na VOZ ATIVA REFLEXIVA, e a partícula “se” é pronome pessoal reflexivo. Sintaticamente, sua função é de OBJETO DIRETO.
A partícula SE como ‘partícula expletiva’
Veja os exemplos:
Os alunos riram-se.
Em construções com esta, a partícula SE não possui função sintática, é chamada de expletiva, pois é usada apenas como um realce estilístico.
A partícula SE como CONJUNÇÃO
Veja os exemplos:
Estarei aqui bem cedo, se tudo der certo.
Não tenho certeza se esta é a melhor escolha.
Como conjunção, o SE não possui função sintática, mas tem extrema utilidade no período pois ligará a oração subordinada à oração principal, nas orações adverbiais e nas orações integrantes.
Outros usos menos comuns para a partícula ‘SE’
Veja os exemplos:
Ele sempre tem um SE antes de qualquer resposta.
(substantivo, objeto direto)
- Você quer ganhar um carro? - Se quero!
(advérbio, adjunto adverbial de afirmação)


Vozes verbais




Como já é do nosso conhecimento, a classe gramatical ora denominada de “verbo é aquela que mais apresenta flexões. Tais flexões referem-se ao tempo, modo, pessoa, número e voz. Dando ênfase às vozes do verbo, torna-se importante ressaltar que elas estão diretamente ligadas à maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito. Acompanhe:
·         Voz ativa
Nesse caso, o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, é ele quem a pratica. Observemos o exemplo:
O repórter leu a notícia.
repórter: sujeito agente
leu: verbo na voz ativa

·         Voz passiva
Nela, a situação inverte-se, pois o sujeito torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação expressa pelo fato verbal. Vejamos:
A notícia foi lida pelo repórter.
notícia: sujeito paciente
 foi lida: verbo na voz passiva
Podemos perceber que o agente, nesse caso, foi o repórter, que praticou a ação de ler a notícia.

A voz passiva apresenta-se em dois aspectos:

Voz passiva sintética: formada por um verbo transitivo direto (ou direto e indireto) na terceira pessoa (do singular ou plural) mais o pronome “se” (apassivador).

Exemplo:
Praticaram-se ações solidárias.
Praticaram-se: voz passiva sintética
Ações solidárias: sujeito paciente

Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo direto (ou direto e indireto).

Exemplo:
Ações solidárias foram praticadas.
Foram praticadas: voz passiva analítica (verbo ser [foram] + particípio [praticadas])
Ações solidárias: sujeito paciente
·         Voz reflexiva
Ocorre quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, ele tanto pratica quanto recebe a ação expressa pelo verbo. Conforme demonstrado a seguir:
A garota penteou-se diante do espelho.
garota: sujeito agente
 penteou-se: verbo na voz reflexiva
É importante entendermos que dessa forma a garota praticou a ação de pentear-se e recebeu a ação de ser penteada.


A ou Há?



Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para facilitar a eliminação de dúvidas a esse respeito:
 Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular.
Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.
Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.
• Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”.
Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo.
Faz muito tempo que não como esse bolo.
Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há”.
Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa.
Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa.
• Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”.
Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora.
Estamos a dez minutos de onde você está.
Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. Não é necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de tempo decorrido.